terça-feira, 1 de abril de 2014

QUANDO POLÍTICA VIRA RELIGIÃO

Imagem compartilhada pelas redes sociais ridicularizando as fracassadas tentativas de 2014 de rodar para trás a roda da história.
 Como ocorre mais uma vez numa frequência que de tão grande não se pode dizer se é boa ou não, extremistas de direita vieram a público fazer rir qualquer pessoa comum, ao mesmo tempo em que davam preocupação por insisterem nesse tipo de conduta. Dessa vez, celebrando os 50 anos da Marcha da Família com Deus pela Família, movimento que serviu de estopim para que os militares seguissem com seus planos de derrubar por golpe um governo democraticamente eleito e instalassem em 1964 em nosso país o que se costuma chamar "Ditadura Militar". O termo é seriamente equivocado, já que civis muito ricos como Hennig Boilsen, alto funcionário (se não dono) da Ultragás, participavam ativamente de decisões políticas, eram nomeados senadores e deputados federais, organizavam órgãos da repressão como o DOI-CODI, importavam ideias para fazer máquinas de tortura como uma que, por grande coincidência, chama-se 'Pianola Boilsen', dentre outras funções importantes, sendo defendidos a ferro e chumbo pelo governo.





No dia de hoje, primeiro de abril, faz 50 anos também não a Marcha, que foi em 19 de Março, mas o golpe militar que se produziu com base nela, que seria uma forte prova aos golpistas da rejeição popular ao governo. Sendo este um blog muito festivo que vive de lançar novos textos cada vez que um evento histórico importante faz aniversário ou está nascendo, hoje vamos fazer nossa própria comemoração de uma maneira bem diferente: Caçoando das palhaçadas dos outros e refletindo sobre outras babaquices nossas.







A original, servindo de pano de fundo e inspiração para a recente
A falsifical. No meio das vias defecadas por cachorros da Praça do Derby,
6 pessoas se reuniram para pedir um novo golpe em Recife, Pernambuco
Seria trágico só pensar que ainda existem pessoas dispostas a defender hoje um regime que matou, agrediu, censurou e marginalizou milhões de cidadãos em nome de valores totalmente estranhos às suas condutas, como paz e democracia. No entanto, os números se encarregam de fazer a piada ter graça: Por alguma razão desconhecida (pra não dizer imaginável), o Jornal Folha de São Paulo deu enfoque ao movimento de uma maneira bem respeitosa, relatando que estavam presentes mais de 700 pessoas (enquanto outros falavam em menos de 500) pelo centro da capital, e ainda demonstrando que era uma reprise da Marcha de 64, o que se vê no último parágrafo do texto disponível aqui: "[...] O movimento foi considerado naquela época a maior manifestação popular já vista no Estado de São Paulo. A marcha teve contornos políticos, com pessoas pedindo a preservação da Constituição, a manutenção de um regime democrático e o impeachment do então presidente João Goulart." Reclamou ainda da presença de algumas pessoas que se manifestavam contra a Marcha e ainda causaram confusão com a polícia! Oohh, grande subversão cometeram esses rapazes de vestido que saíram com faixa escrita "Marchinha da Família com Deus". ¬¬

Um enfoque vergonhoso ao jornalismo que só golpistas enrustidos daquela empresa de venda de informações autoentitulada "jornal" podem fazer. Por sua vez, o humilde Alagoas 24 Horas neste pequeno artigo dá dimensões verdadeiras do quanto esse movimento é expressivo para a política brasileira e mesmo para sua própria história: "A Marcha da Família com Deus pela Liberdade, edição 2014, está esvaziada no Recife. O evento, que no passado legitimou o Golpe Militar de 31 de março de 1964, não teve adesão na capital pernambucana. A concentração estava marcada para as 14h, na Praça do Derby.

[...] Internautas ironizam Marcha da Família

Cinquenta anos após a primeira Marcha da Família com Deus pela Liberdade – movimento deflagrado em 19 de março de 1964 em São Paulo contra o governo João Goulart -, pelo menos 15 capitais terão a versão reeditada do protesto neste sábado, 22. Em São Paulo, os manifestantes vão se concentrar a partir das 16h na Praça da Sé, centro da capital.
 

Nos últimos dias, os internautas usaram a criatividade e passaram a compartilhar memes e piadas ironizando a Marcha. Entre os usuários das redes sociais, o evento tem sido chamado de “Marcha da Família Adams” e “Marcha da família Mussarela”. Alguns falam ainda em “Marcha com Deus e o Diabo na Terra do Sol”, em referência ao filme de Glauber Rocha."

Diogo Maynard, editor chefe da
revista Veja e acusado pela PF de
ser colaborador de Daniel Danta$.
Golpistas de ontem ativos ainda hoje,
mas falhando sempre
Esse comportamento cômico tem uma origem que fazemos questão de expor neste blog.
Pense o amigo leitor que, como podemos ver nos trechos de jornais difenrentes acima, existem maneiras diferentes de entender, explicar e modificar o mundo. Umas se fundamentam na razão, na verdade, naquilo que o mundo realmente tem a mostrar como coisa existente, enquanto outras são fundamentadas em ilusões, mentiras, fantasias que o sonho humano insite em alimentar e frequentemente, para não dizer sempre, tem resultados patéticos ou desatrosos, como o uso de drogas (ou qualquer outra coisa) para se desligar da realidade, marchas de 6 pessoas por um novo golpe militar ou mesmo o esforço de aumentar as capacidades da espécie humana por eliminação de "raças inferiores" por ser este o destino que algumas pessoas dizem ser sagrado.

Existe aí uma forte conexão com a postura dos sacerdotes mais dedicados das mais dominantes religiões, o que explica o título deste artigo. O sujeito pratica uma determinada conduta ou adota uma série de ideias desprezando com raiva evidentes verdades científicas, e se apega a essas teorias ou essas práticas com um fervor tamanho que faz elas se elevarem a ponto de virarem dogmas, verdades-supremas e incontestáveis como a posição do planeta Terra no centro do Univeso, em torno do qual gira o Sol , segundo Olavo de Carvalho, um bom representante desses fanáticos. Com base nessas crenças básicas, o dogmático constrói outras crenças e outras e então forma a linha principal de sua maneira de pensar e de agir com base em lindos sonhos, verdades-supremas e incontestáveis mantidas por uma força superior e com base nessas ideias vai ao mundo fazer com que as coisas, as pessoas e os países se afinem com as loucas melodias que rondam em sua mente.
Dilma leiloa o pré-sal, privatiza aeroportos, destrói direitos trabalhistas,
eleva salário de parlamentares, celebra acordos comerciais com Obama,
faz essa Copa do Mundo para estrangeiros e ainda mantém as principais
políticas de FHC. Será que defende um comunismo de empresas onde os
ricos tomam riquezas dos povos para dividir entre eles?
Foi assim com a censura a Copérnico por provar que a Terra não era o centro do Universo (e indiretamente que não somos tão importantes para Deus como a Igreja dizia), é assim também com aqueles que insistem que a causa da pobreza e da violência é o excesso de pobres (sengundo Malthus, Hitler, Ex-Ministro William Bennet, Governador Sérgio Cabral e tantos outros) e assim será com aqueles que vão hoje à tarde compartilhar no facebook montagens feitas no Paint onde os gorilas de 64 aparecem como heróis nacionalistas defensores da justiça e do povo brasileiro quando na verdade são uns mercenários pagos por empresas estrangeiras para oprimir a nossa gente e nossa natureza numa ditadura que se estende até hoje.

"Louvado seja o $anto £ Todo-Pod£ro$o deU$ mercado..."
Essas ilusões, esses contos que tanto voam pelos ares por lendas, discursos, pregações, aulas e principalmente por jornais, sem esquecer também das regras de mercado ("Você 'escolhe' o que compra, então é livre apesar dos preços e das técnicas avançadas de publicidade"; "Quando o homem se arruma pra conseguir mulher tem que se imaginar como um carrão numa feira de automóveis e realçar o que tem de melhor para oferecer e ganhar a cliente mostrando que é fodão"; dentre outras) são sementes que uma sociedade desigual e preconceituosa lança no solo fértil das cabeças de uma classe média indiferente com tudo aquilo que não lhe cause problemas. Os frutos? Dentre várias coisas asquerosas, Marchas com o cão pelo Golpe Militar com um tamanho que varia de acordo com a estupidez do povo. Hoje, com o trauma do golpe, as manifestações contra a ditadura chegavam a ter o dobro do tamanho daquelas à favor, mas em 2013 criaram um tal gigante cego que rodou pelas capital disposto a mudar um Estado terrorista sem praticar terrorismo e sem tomar partido, numa salada onde anarquistas saíram das redes sociais para voltar a elas, sem perceber que toda aquela moralidade política que defendiam junto com repúdio aos partidos, especialmente os partidos comunistas que costumam se juntar ao povo nessas manifestações, favoreceu a atuação de neonazistas, algumas vezes pagos pelo PSDB, para agredir comunistas sem ninguém dar se importar com isso, como fez a mesma classe média que ouvia em silêncio pelo rádio os militares expulsando um governo que nem era de esquerda, mas estava tão desesperado e sem dinheiro que começou a fazer pequenas reformas para se aproximar dos soviéticos, que seriam um novo mercado. O resultado...





















 Não podemos esquecer, claro, de todos aqueles que lutaram contra todo esse absurdo que se instalou em nosso país escrevendo com sangue páginas infelizes na nossa história. Não há palavras para descrever como foi valiosa a ousadia e a resistência de todo aquele que com um poema, um desenho, algumas frases para fazer pensar ou mesmo com uma arma cuspiram na cara dos donos de suas algemas, traçaram planos de fuga e libertação geral e se dedicaram a eles como puderam, mesmo pagando com a vida. A esses heróis que se empenharam e até hoje se empenham para que a grande riqueza que é o Brasil realmente seja partilhada entre o povo brasileiro, não especulada em mercados de ações de terras estranhas ou separada das massas por cercas de arame farpado e escopeta, este humilde blog jamais poderia fazer uma justa homenagem ao menos proporcional ao incalculável valor de sua luta.

Ainda assim, nos inspiraremos na ousadia de todos e vamos seguir neste presentinho para o golpe relembrando a luta dos nossos mártires, aprendendo com ela e com todos os seus erros e acertos.



Este é o principal objetivo deste texto.
Mais que fazer piada com a conduta ridícula com os imbecis que amam seus velhos agressores, queremos evitar que muitos companheiros sejam também imbecis em fundamentar seu pensar e seu agir em ilusões.

Comecemos analisando esta charge produzida por Carlos Latuff, o mesmo desenhista que elaborou a charge de cima:




Engraçado, mas também lamentável. Existe nessa imagem um equívoco considerálvel que pessoas como Latuff, que tem inclinações políticas muito semelhantes às do PSOL, PSTU e afins. Esse equívoco é exatamente o de pensar que os golpistas de hoje são os mesmos manifestantes de planos curtos meio sem saber o que fazer que foram pra rua em 2013, apelidados ofensivamente por algumas alas da esquerda de "coxinha". Como já foi dito a alguns parágrafos atrás e se pôde comprovar falando com qualquer manifestante e ouvindo as reivindicações do ano passado, a intenção dos "coxinhas" claramente não era a de refazer um golpe, mas de querer que o governo se respeitasse e ao menos atendesse ao básico que vem mal desde décadas. Apesar da influência anarquista, sequer falavam unidos em acabar com o governo ou ao menos gritavam "Fora Dilma". O máximo que pediam era "Fora Renan"! Outra prova de que os "coxinhas" não são golpistas foi sua ausência na nova Marcha da Família, o que é monumentalmente diferente da sua presença no #AcordaBrasil com milhares e milhares de manifestantes nas maiores cidades do país.

A comparação equivocada da charge em análise é um erro grave que faz com que esses chamados "coxinhas" se afastem de quem pensa como Latuff, que se pode dizer que é um trotskysta pelo que se vê nas críticas dos seus desenhos e mesmo em entrevistas que concede.

 A questão que parece difícil, mas não é. Antes de mais nada, é bom deixar claro que todo conflito político, seja de golpista ou defensor da democracia, capitalista e comunista, abortista e contra-abortista, até entre candidatos a chapa de grêmio de estudantes, é um conflito de ideias, um conflito ideológico, necessariamente. 
Se não gostamos de uma lei qualquer, como as políticas de educação do governo federal, ou mesmo um costume que não está presente na lei mas está claro no meio da sociedade e até influencia a criação de leis, como a pedagogia do terror que os pais aplicam nos filhos com chinelos ou a mania de muitas mulheres de ter nas tarefas domésticas, não na carreira profissional, seus maiores objetivos de vida, é porque nós adotamos certas ideias antes de nos depararmos com essas situações que nos motivam a sentir repugnância pelo que vemos. Essas ideias, que são entendimentos de como deveria ser o mundo, são necessariamente ideias políticas exatamente por esse traço modificativo (ao contrário das ideias puramente matemáticas por exemplo), o que faz um ideal político não estar sempre ligado a uma atuação partidária, já que o partido é um instrumento dentre vários que existem para a modificação do mundo real orientado por pessoas com certas ideias.

Assim, sabendo que qualquer pessoa só toma uma postura política depois de filosofar um pouco ou muito a respeito, ou seja, que qualquer sujeito inteligente primeiro pensa no que fazer antes de meter a mão na massa, podemos entender melhor os erros e acertos daqueles que sofreram as mais variadas e piores dores que se pode imaginar em defesa da nossa liberdade, mesmo que enfrentando a prisão, a tortura e a morte.

Esses atos de resistência podemos dividir em duas partes: Resistência Pacífica e Resistência Armada.

Resistência Pacífica: Todo ato político que contraria as ideias políticas mais básicas dos governantes sem uso de armas. Podemos incluir aqui as artes em geral, como as várias músicas de Chico Buarque, Geraldo Vandré, Gal Costa e tantos outros, os inúmeros livros subversivos que corriam de mão em mão pelos corredores de escolas e univesidades debaixo de capas opacas pra disfarçar, as grandes manifestações que não terminavam com grande vandalismo, como a marcha dos 100 mil, e tudo aquilo que se costuma organizar em sindicatos, grêmios estudantis, associações de moradoes etc., desde ações judiciais em defesa de um direito coletivo qualquer até mesmo um protesto de duas horinhas com panfletagem, carro de som, lixo queimando no meio do asfalto e toda aquela festa que costumamos fazer para provocar os políticos, donos de empresas irresponsáveis e quem mais quisermos dentro dos limites da lei e da vontade da polícia de sentar o cacete.

Soldados soviéticos avançando rumo a Berlim provavelmente em 1944
Resistência Armada: Toda atitude praticada com exatamente os mesmos fins da Resistência Pacífica, mas usando instrumentos de todo tipo com considerável poder de persuação, as armas, que podem variar imensamente quanto ao funcionamento como também quanto à forma de existir. Para bem conceituar o que seria uma arma, devemos pensar que é todo aquele instrumento capaz de danificar patrimônio físico e pessoas. Faço questão de deixar esse ponto bem claro para que o amigo leitor perceba que não apenas estes artigos industrializados e movidos à pólvora que aparecem na foto acima podem ser considerados como armamento para a Resistêcia Política, mas também os arcos-e-flechas que algumas tribos levam em mãos quando vão para o INCRA pedir para que uma funcionária seja demitida ou mostrar como estão insatisfeitos com a nova demarcação de suas terras. Por esse conceito extendido de arma podemos incluir também o chamado DDoS, que é um programa hacker utilizado pelo Anonymous para tirar do ar sites de bancos, grandes empresas, governos e até páginas web de militares, o que provoca grandes prejuízos econômicos e também políticos e faz desse grupo Anonymous, os verdadeiros e não os que simplesmente compram uma máscara, um tipo de Resistência Armada. Como no Brasil da ditadura talvez nem mesmo os espiões do SNI tivessem computadores, a Resistência Armada que se praticava era a mais costumeira, feita com armas de verdade geralmente roubadas de arsenais do exército brasileiro ou revólveres traficados de fontes bem variadas, já que o famoso calibre .38 é fabricado em nosso território, temos mais de uma fábrica de armas apesar da mais famosa ser a IMBEL e tanto policiais como soldados terem acesso gratuito a ele, o que forma uma ampla oferta nos mercados legal e ilegal até hoje.

Perceba o amigo leitor que a presença da arma nas mãos de ativistas dispostos realmente a defender um ideal e praticá-lo faz com que consigam muito mais vitórias. Sobre essa questão um famoso político chinês diz a seguinte frase famosa em todo o mundo: "O poder político nasce do cano de uma pistola." As razões são óbvias: Armas ameaçam, matam, destroem, são a essência daquilo de mais devastador que a espécie humana consegue criar, e quando se é um rei-fantoche de um grande país asiático submisso às potências europeias a ponto de ser conivente com a venda escancarada de ópio no seu povo, negócio muito rentável para aquelas potências, é muito menos agradável e fácil de controlar a ideia de que existam umas centenas de milhares de pessoas armadas querendo acabar com sua festa, o que dificulta até para suas forças repressivas convencionais porque os revoltosos armados tem o mesmo poder que seus soldados mais fortes ou até estão em vantagem por questões estratégicas.

"Papai Noel trouxe presente para os invasores fascistas." Cartaz soviético
da Segunda Guerra Mundial. Claro que todos nós não somos uns
monstros loucos para matar, que absurdo! Ocorre que, em certas situações
é a postura mais humanitária que alguém pode tomar. Se com chumbo
querem nos ferir, não será com paz que iremos nos proteger. Paramos a fera,
mas só assim salvamos a nós mesmos eaqueles que mais gostamos
Que fique bem claro: ESTAMOS FALANDO DE REVOLUÇÃO, DE PARTICIPAR VERDADEIRAMENTE DAS DECISÕES MAIS IMPORTANTES DO PAÍS E DO MUNDO, não de execução generalizada de vidas humanas, tarefa que muitas polícias das 'democracias' de hoje se encarrega de fazer. A Arma aparece aqui não como instrumento de vingança pública e simples contra qualquer pessoa que não gostamos, mas como último recurso, porém necessário, para que um povo possa construir seu próprio presente por sua própria vontade e assim ter um novo futuro, onde não cabem tiranos, parasitas sociais de qualquer espécie e outros tipos de senhores do mundo. Sem armas, com muita dificuldade, se consegue mudar uma lei, criar um marco civil para a defesa dos negros como fez Luther King ou mesmo expulsar um colonizador sem muito sucesso como conseguiu Gandhi, mas mesmo esses dois últimos exemplos não são tão válidos porque na América o Partido Pantera Negra provocava sérias dores de cabeça da casa branca assim como nas capitais da Índia se organizavam grupos armados contra a opressão britânica ao mesmo tempo em que Gandhi se retirava com os seus no interior para fazer sal e tecido. Com as armas, meus amigos, a língua musculosa do 'diálogo' dos gorilas golpistas se retrai rapidamente. Não há homem que se sinta estupendamente orgulhoso por escravizar um país inteiro quando está na mira de um camponês expulso de sua terra e armado com um rifle. Com armas, nem os mais arrogantes generais nazistas se sustentam! Ao contrário, é sob a mira de um Mosin Naygant ou a escolta de uma submetralhadora Shipagin que esse aristocrata desce do salto, tira a expressão orgulhosa da cara, se deixa algemar e vai em silêncio até a cela do presídio militar, liberando assim nações inteiras do julgo de um império racista e salvando o mundo. Pense nas alternativas que quiser. Não há outro meio de lograr uma vitória tão grandiosa.

 Foi com esse raciocínio que muitos comunistas, inclusive e principalmente no Brasil da ditadura, entraram para as Resistências Armadas. Criaram vários tipos de organização de guerrilha (combate indireto entre forças armadas marcado pela grande diferença de recursos humanos e bélicos entre elas onde a menor usa diversas táticas ousadas para atacar a maior, como a emboscada, o recuo estratégico, o emprego de muitos francoatiradores, dentre outras) inspirados em exemplos de outros países e foram à luta.

Livro e Arma unidos como Teoria e Prática, ou Corpo e Mente, sempre em
cooperação harmônica para conhecer o mundo real e transformá-lo. Foto de
soldados chineses lendo O Livro Vermelho durante a Grande Revolução
Cultual Proletária
 Cada movimento guerrilheiro dava a si mesmo um nome próprio, como Vanguarda Popular Revolucionaria, Movimento Revolucionário 8 de Outubro, dentre outros. No entanto, por questões didáticas, vamos clássificá-los em duas principais linhas: Foquismo e Guerra Popular.

O Foquismo foi uma influência da Revolução Cubana e faz um preocupante sucesso até os dias de hoje nas mentes de muitos pelo mundo e em particular pela América Latina. Consiste no pensamento de que a revolução deve ser feita por uma junta de guerrilheiros distribuídos em focos pelo mundo (daí o nome) e desses focos vão logrando vitórias e irradiando o domínio político e ideológico do socialismo pelos países. O resultado é a formação de pequenos grupos guerrilheiros que se escondem nas matas sendo sustentados pelas comunidades mais próximas a medida em que vão criando simpatia pelo movimento e assim vão seguindo, sem se aproximar muito da vida cotidiana das comunidades e marchando quase sós. A seguinte foto representa bem esse pensamento:

Guerrilheiros cubanos tomam Santa Clara em 1963, salvo engano
Olhando atentamente a foto se percebe que o povo não está indo diretamente junto aos guerrilheiros rumo ao poder. Inclusive o povo sequer é guerrilheiro. Muitos claramente estão parados na calçada olhando os guerrilheiros passarem, como num desfile militar, ficando alheios da participação e existe até um cordão de isolamento policial impedindo que alguém fique no caminho do tanque. Sendo sincero, Cuba é um dos pouquíssimos exemplos de onde o Foquismo deu certo, se não o único, considerando que nela a prática foi realizada pela primeira vez num contexto onde o governo de Fugêncio Baptista, ditador da época, jurava que todos os guerrilheios que vieram para Cuba em navios foram mortos pelos bombardeios da defesa e ainda por cima a geografia de Cuba, uma ilha pequena com montanhas ao sul, tendo destaque a Sierra Maestra, favorecia esse relativo isolacionismo e criava uma verdadeira fortaleza natural onde os soldados de Fulgêncio não conseguiam entrar com tanta altitude, árvores e guerrilheiros sobre árvores. Já na Bolívia, onde Che e seus amigos aplicaram a mesma tática, o ditador da época já estava bem informado e tomou uma série de medidas que acabam com o foquismo: Disse na grande imprensa que Cuba estava invadindo a Bolívia, transformou Che num invasor estrangeiro e lançou um forte ataque propagandístico contra os guerrilheiros caluniando com discursos velhos de que são terroristas, bandidos, matam crianças, saqueiam... também conseguiu forte apoio os EUA até para traçar táticas e usar aviões e helicópteros para chegar mais rápido aos guerrilheiros. Assim, Che foi perdendo perdendo amigos por fogo inimigo por onde passava, não conseguia alimentos com facilidade do povo e acabou capturado, preso e assassinado no cárcere.

Isso não foi um vacilo qualquer dos guerrilheiros. Existe um pouco de história nisso: Na União Soviética e na China os Partidos Comunistas lideraram a revolução. Acontece que um partido, mais que isso, também se compromete a ensinar lições para seus membros e redistribuir as que aprende, comanda atividade sindical, coopera com movimento estudantil, organiza, está presente com a comunidade, reinvindica, cria assembleias onde se compromete a ouvir a comunidade dentre outras funções. É um organismo muito ativo e presente no cotidiano da política popular. Já o Movimento Guerrilheiro não. Ainda que se comprometa a fazer as mesmas funções que um Partido, muitas vezes não as faz tão bem, dentre vários motivos, para garantir a segurança dos seus membros, focando suas ações principalmente em treinamento, combate, movimentação dos camaradas para novos lugares onde tenham mais segurança etc. Isso, mais que diminuir o vínculo com os trabalhadores, afasta as pessoas da luta pela sua própria vida, colocando essa importantíssima missão na mão de verdadeiros heróis.

Por outro lado, os Movimentos Guerrilheiros orientados pelo modelo da Guerra Popular, que foi o que se aplicou no Araguaia com um sucesso tamanho que, de verdade, nunca foram derrotados pelo exército brasileiro, se acabando só por vontade de um novo entendimento do comando do PC do B que deixou as armas para tentar as eleições (maiores detalhes neste texto), segue um caminho bem diferente



Camponeses chineses na Guerra Civil de 1911
 Seguindo a tradição da Revolução Soviética, mas considerando uma série de diferenças geográficas que mudaram o entendimento de como iniciar uma Revolução, foi desenvolvida pelo Partido Comunista Chinês, seguida por vários países pelo mundo com muito sucesso e chegou no Brasil através do Partido Comunista do Brasil no momento em que Kruschev fazia acusações hoje sabidamente falsas contra Stalin, dividindo os partidos do mundo quase todo em Kruschevistas e Maoístas. A Guerra Popular, como o nome sugere, é exatamente quando massas de trabalhadores convictos e armados se unem para lutar contra seu governo opressor e/ou contra invasores estrangeiros, seguindo todos táticas de guerrilha. Mao Tsé-Tung resume a dinâmica da Guerra Popular na seguinte forma: "O inimigo avança, recuamos. O inimigo cansa, provocamos. O inimigo acampa, fustigamos. O inimigo se retira, perseguimos!"


 

A ação é toda coordenada e conduzida por um Partido, não por uma associação de um punhado de combatentes bem intencionados, e se faz junto às ações de combate o trabalho de base, que é o de conscientização das massas, transmissão de conhecimento político, conscientização junto com associação e estímulo racional à luta. Assim o número de membros do movimento guerrilheiro só tende a crescer sem perder a qualidade, formando verdadeiros movimentos de massa pela Revolução onde a ideia de uma classe social derrubar a outra se mostra muito bem clara. Apesar dessas grandes vantagens, não se pode esquecer que essa maneira de fazer a Revolução toma muito mais tempo que qualquer outra, o que se percebe tanto no processo revolucionário chinês como em vários outros que seguem os princípios da Guerra Popular, seja no Peru, nas Filipinas, no Butão, no Nepal, na Índia, Turquia e tantos outros países que vivem décadas de Guerra Popular até hoje.
A diferença da Revolução Socialista Chinesa para a Revolução Bolchevique é que os chineses não cometeram a estupidez de desprezar que grande parte da população vive no campo enquanto que na cidade a força do Estado era imensa. Então, ao invés de dar uma de teimoso e montar focos de guerrilha nas periferias da cidade assim mesmo, os maoístas foram mais inteligentes e, aproveitando também que os transportes para o interior não eram muito ágeis e sequer havia estradas para alguns lugares, foram todos para longe fazer o movimento crescer pelos trabalhadores do campo, enquanto os russos se preocupavam em aproveitar o descontentamento do exército, a distância das trincheiras da guerra para as cidades e a falta de recursos dos monarcas para manter até sua própria segurança.



Se percebe aí o tamanho da diferença dessas táticas que, no fundo, refletem um rompimento dos países socialistas após a morte de Stalin, onde os que iam contra ele seguiam com Kruschev e Cuba, a eterna aliada da URSS, enquanto os que o defendiam apreciavam as defesas que Mao lhe fazia junto com tantos outros e até mesmo o modelo de tática revolucionária de cada movimento foi influenciado por essa ruptura. Não é do nosso interesse seguir com essa longa análise histórica, mas pelo exposto já temos base suficiente para seguir nosso raciocinio original sobre como as pessoas se perdem pelas ideias erradas e como isso influenciou os eventos marcantes do golpe de estado ao qual rendemos esta 'homenagem'.

Percebam que os Foquistas pareciam esperar que simplesmente os camaradas que empunhassem armas fossem a vanguarda do proletariado a libertar mentes da ideologia viciada da ditadura burguesa, o que seria a crença estúpida de que dá certo 'educar pelo exemplo'. Ora, o exemplo é de fundamental importância para qualquer aprendizado, mas sozinho não vale de nada! É preciso que se lancem muitas ideias no seio da sociedade que fundamentem a existência do exemplo, exemplo este que por sua atuação vai mostrar como as ideias que o orientam estão corretas ou devem melhorar. Isso forma um ciclo quase interminável de teoria-prática-teoria-prática típico do desenvolvimento de qualquer ciência!
Sendo mais direto, não podemos esperar que só pela existência de comunistas armados tomando territórios que antes eram do governo dos ricos que todo vai seguir exatamente o mesmo. É preciso muito mais que isso para convencer alguém a empunhar armas contra os opressores. Admitir isso seria tão estúpido quanto dizer para alguém: "Olha o cara lá dando tiro nos soldados! Que lindo! Vamos fazer também!!"

É preciso deixar claro qual é a razão de existir do soldado ("invadir o morro e deixar corpo no chão", defender com chumbo e fogo toda a economia de roubo e desigualdade que o povo já não aguenta), que ideias orientam sua conduta (golpismo, capitalismo, neoliberalismo) e só então lançar bases para que o ouvinte adote ideias contrárias as do soldado (marxismo-leninismo-maoísmo), e sua classe social é uma importantíssima base para lançar esses novos valores (solidariedade, sensibilidade, autoconfiança), e daí explicar que com a violência que as pessoas que criam as ideias do soldado querem que concordemos com elas, será com violência que nos defenderemos dessas agressões e faremos nossas ideias serem as dominantes em todo o país. Eis aí a grandiosíssima importância da Resistência Pacífica.

Vi uma discussão outro dia sobre a forma como Chico Buarque de Hollanda lutou contra a ditadura. Uns reclamavam que com o dinheiro que ele tinha era fácil fazer umas musiquinhas de duplo sentido que não ajudavam nada perto do som dos fuzis que nossos guerrilheiros tocavam nas selvas. Outro veio ainda dizer que as músicas eram agradáveis, era o melhor que ele podia fazer com o dinheiro dele e que foi uma boa pessoa por até ajudar alguns perseguidos a saírem do país. Eis que então apareci, disse que no começo até concordava com as críticas de que as musiquinhas dele para fim de mudança política não era nada e que com esse comportamento não era de se estranhar que virasse pelego, mas depois mudei de ideia. Refleti e concluí que uma música com assunto diferente, um quadro retratando uma mazela social, até mesmo uma panfletagem contra a mistura de alcoóle e direção ou ainda o discurso de um pastor evangélico contra as drogas, mesmo que venham de pessoas sem essas intenções, favorecem sim e muito a Resistência contra a opressão só por lançarem bases, servirem de sementinha para uma nova forma de pensar que, a depender do tratamento que receba, pode virar uma frondosa árvore de sabedoria carregada dos melhores frutos que pode nos dar: mais ideias, mais dedicação prática, mais inovações gerais para melhorar (ou até piorar) a vida humana. No exercício das ideias, na escola, na prática política e mesmo nas discussões do Partido, dentre vários outros lugares, é que cada um vai se forjando para se aperfeiçoar como conhecedor da história e agente político. Assim se fazem mais Lamarcas e Marighellas, não simplesmente com a presença deles na mata de uma cidade vizinha ou ainda olhando suas caras num poster.



PORQUE ENTÃO ESSE FOQUISMO AINDA FAZ SUCESSO NA AMÉRICA LATINA?!

Isso é bem pessoal. Cada pessoa tem seus complexos motivos para ser desse ou daquele jeito, e o mesmo vale para suas convicções políticas, suas conclusões de como deveria ser o mundo, mas podemos destacar duas razões principais:


1) Possível sentimento depressivo por não ver suas associações de classe não crescerem num ritmo desejado, assim como também achar que não tem conseguido fazer muitas pessoas mudarem suas maneiras de encarar o mundo, o que abala a auto-confiança que têm em suas próprias ideias e os faz partir para caminhos mais fáceis, mas nem sempre eficientes;

2) [A Principal]






Che Guevara é um mito. Muitos não o enxergam como um exemplo de um médico recém-formado na Argentina que fez uma viagem pela América Latina de moto e acordou pra vida depois de ver tanta miséria e abuso de grandes empresários, percebendo que deveria fazer alguma coisa útil por aquela gente e ajudar os outros da melhor maneira possível, que era enfrentando com armas a opressão imperialista. Ao contrário, se cria em torno de Che uma atmosfera quase messiânica que mistura em si outros elementos evidentemente estranhos à prática comunista, como o gosto por aventuras, as muitas facilidades com as mulheres, a vida de errante a aproveitar todas as experiências malucas que encontrar pelo caminho e seguir sem rumo pra onde o vento soprar, quase um hippie armado. Por outro lado, também existe um grande repúdio a outros guerrilheiros, outros modelos de prática revolucionária que ou são silenciados ou são deturpados por esses mesmos adoradores de Jesus Cheristo, como o desconhecimento de qualquer notícia sobre Pol Pot e o Camboja, dentre outros revolucionários asiáticos um repúdio sem fundamento a tudo o que tenha qualquer ligação com Mao Tsé-Tung, a admiração a Guevara e a Gandhi ao mesmo tempo... Enfim, gente que, no fundo, bebe das mesmas fontes de mentira que muitos coxinhas e até muitos golpistas, pousa de defensor do pobre mas só está atrapalhando a revolução com suas repetições de 'factóides' como aquele boato ridículo de que todo homem nortecoreano deveria imitar o corte de cabelo de Kim Il-Sung ou ainda a fé na mentira de que os "rebeldes" da Líbia eram realmente cidadãos comuns da Líbia e que, se tivessem sucesso, não se sujeitariam às ordens do ocidente, mesmo com a América e a OTAN oferecendo amplo suporte a eles e até aproveitando o clima tenso para bombardear hangares da força aérea líbia.

É ISSO QUE FAZ ESTE PROBLEMA SER O PRINCIPAL!
 
Não só as viúvas de 64 que foram hoje pedir mais um golpe, contando com o tradicional suporte de grandes jornais,  estão infectadas com essa doença política que consiste em, mais que misturar, fazer da política uma religião disposta a aplicar no mundo suas verdades absolutas, deixando de aprender com ele a descobrir a verdade. Esse problema também é um problema da esquerda e se chama Dogmatismo. Para esse Mao, os únicos remédios são a crítica, a autocrítica, a prática, a honesta análise dos resultados da prática e, para casos mais extremos de overdose de mentira e excesso de besteirol, rompimento com as velhas associações de classe, jornais e instituições falsificadoras da história para criação e adesaão a instituições novas, e nisso você também entra! Seja a diferença, meu amigo. Não deixe a oportunidade passar na sua frente como um desfile militar e meta o pé que é com passo forte que se caminha para um novo mundo! Onde houver um professor papagaiando história falsificada, refute. Onde houver um ingênuo acreditando em conversa fiada de PSOL e PSTU, critique. NA VIDA, APARECEM CHANCES ÚNICAS E SE VOCÊ NÃO APROVEITA TAMBÉM PODE FICAR ANOS SEM TER OUTRA OU ENTÃO NUNCA MAIS. Dogmatismo se resolve com informação e convencimento de que essa informação é verdadeira. Seja criativo e faça isso da maneira que imaginar, desde uma piada rápida até um vídeo no youtube, olhando também novas fontes de informações como esta, esta ou esta, sem esquecer que no calor do debate político vale sempre mais uma boa retórica.


Sabendo agora que ninguém, ninguém está salvo de cometer erros como o Dogmatismo chamo atenção também para outra grave questão que, apesar de ser decorrente de dogma, merece especial atenção: Aburguesamento.

Certa vez, Stalin disse "Já não há nenhum vestígio de influência burguesa na sociedade soviética." Essa conclusão claramente extraída sem um devido estudo de casos custou simplesmente o seu governo, já que foram pessoas que ele talvez imaginassem não ter 'nenhum vestígio' que lhe envenenaram, tomaram o palácio e começaram a cuspir uma alegoria de calúnias antes de dar um bom aperto de mão em John Kennedy e assinar acordos comerciais com a América. É um problema que o próprio Che Guevara percebeu quando era ministro da saúde e tinha por hábito largar todo seu trabalho de escritório para ir a um canavial ajudar os agricultores com o plantio, a colheita e outros processos de produção da cana: Quando se faz uma Revolução Socialista, o Partido ganha fontes de riquezas, palácios, ferramentas para criação de leis e canais de comunicação, mas não ganha todas as mentes e nem todas as fontes de ideias. Ainda subsistem influências, costumes, hábitos e outros traços da velha sociedade e esses traços só tendem a crescer se não tratados a tempo. Estou falando das aspirações medievais e burguesas que levam, por exemplo, um cara a chegar no Congresso de um Partido Comunista e dizer que "Enriquecer é glorioso", também os que traficavam diamantes soviéticos e foram pegos já no fim da URSS ou mesmo Ivan Rebroff, famoso cantor soviético que mesmo nestes vídeos demonstra ter um comportamento no mínimo estranho para alguém que deveria cantar em defesa e glória ao proletariado de todo o mundo:







Ainda que o efeito não seja imediato, isso influi no comportamento e na adoção de ideias de muitas pessoas e, o que leva a dogmatismo e outras deturpações. O $anto e todo pod£ro$o deU$ mercado não tem fronteiras e a fé que se constrói sobre ele é a fé que promovem suas mercadorias, seu luxo e seu universo artificial de desejos induzidos e necessidades impostas! É por isso que a defesa de qualquer governo que queira realmente promover a igualdade entre os homens e a solidariedade entre os povos não pode se limitar à proteção das fronteiras por inimigos externos, mas ir além, defendendo também seus novos valores nas instituições de educação, cultura, mídia, governo e onde mais for necessário de ameaças internas para que não se formem novos praticantes da Religião de Mercado dispostos a sabotar o novo governo. Para esses assuntos mais avançados lhes recomendo outro blog, especializado no assunto: O Grande Dazibao.



Nós vamos ficando por aqui depois dessa longa aula.
É uma grande felicidade saber que a algumas décadas atrás eu seria preso e torturado só por escrever 10% do que escrevi neste dia para vocês, e fazer isso hoje junto com uma boa esculachada com as viúvas de 64 está sendo realmente uma festa a esta humilde pessoa contente em saber que você também se importa, leu até aqui e com certeza vai lembrar das lições destas linhas para muito depois de desligar o computador.

Agora vamos deixar esses 6 palhaços abandonados na praça e seguir nosso caminho.

 Nossa ditadura não durou 21 anos, nem 52 anos. DURA 514 LONGOS ANOS, MEUS AMIGOS!

Temos todos muita Resistência Armada ou não para fazer criando não 3 ou vários Vietnãs, mas muitos e muitos Cambojas, Coreias e Chinas!!!

Não se luta contra o capitalismo só com armas. Se luta também com palavras, com ideias, com arte. Essa maneira de lutar não invalida a luta armada; ao contrário, fundamenta, complementa e favorece!

 DEFENDER E APLICAR O MARXISMO-LENINISMO-MAOÍSMO!

CRITICAR E REPUDIAR TODA TENTATIVA FAJUTA DE ILUDIR O PROLETARIADO E CONDUZÍ-LO AO FRACASO!!!

Guerrilha do Araguaia

EM MEMÓRIA A TODOS OS NOSSOS GRANDES E INESQUECÍVEIS MÁRTIRES QUE, LUTANDO DE TODA FORMA, MERECEM SER GUARDADOS EN NOSSOS CORAÇÕES PELO IMENSO SACRÍFICIO FEITO PELA NOSSA LIBERDADE POUCA, MAS CONQUISTADA!

RELIGIÃO E POLÍTICA NÃO SE MISTURAM E NEM SE CONFUNDEM! ABAIXO O DOGMATISMO E A FALSIFICAÇÃO DA HISTÓRIA!!!

 POR UMA NOVA HISTÓRIA PARA O BRASIL E PARA O MUNDO!

VIVA A LUTA HERÓICA DE TODAS AS VÍTIMAS DA DITADURA! VIVA A LUTA HERÓICA DE TOD@S QUE AINDA RESISTEM A ELA!
VIVA A REVOLUÇÃO!



**ESTE TEXTO SEGUE OS PLANOS DO PROGRAMA NACIONAL CONTRA A MENTIRA**

2 comentários:

  1. Rivaldo,

    Mesmo sabendo que você trabalha para o Partido Comunista da União soviética ao invés de trabalhar para o PCB ou PCdoB ou outro partido de esquerda brasileiro, gostaria de saber quantos anos você tem e se viveu o período da chamada Ditadura, pois só que a viveu pode dizer das suas qualidades e defeitos.

    Eu vivi todo esse período trabalhando e andando em São Paulo a qualquer hora do dia ou da noite sem o menor perigo de assalto, seqüestro, bala perdida, etc, etc. Também não havia PCC ou qualquer outra facção criminosa que não fossem os então chamados de terroristas que assaltavam e matavam militares e inocentes.

    Hoje estamos em uma democracia sem segurança, saúde, educação, respeito ao ser humano que, não é oficialmente torturado, mas é torturado e morto brutalmente por maiores e menores defendidos com unhas e dentes pelos defensores dos direitos humanos, os quais nunca valem para as vítimas. Sòmente para os bandidos, mesmo com extensas folhas criminais.

    A progressão de pena e o salário reclusão é uma afronta aos trabalhadores e operários honestos que são a grande maioria deste nosso Brasil.

    Não é esse o Brasil onde cresci e vivi boa parte dos meus 65 anos. Eu sonho com um país diferente e sem notícias diárias de corrupção.

    Não sou a favor de uma Ditadura como essas que conhecemos em diversos países. Sou a favor de governantes sérios, verdadeiros estadistas, que devolvam a esperança e a dignidade aos brasileiros e brasileiras e que não recorram a mensalões como forma de obter a chamada governabilidade, a maior alimentadora da incompetência e da corrupção que corre solta em nosso país.

    E por falar em ditadura, o governo atual já está há 12 anos no poder e se prepara para chegar aos 16 e depois a 24, com novo governo petista.

    E, para aqueles que não sabem, a chamada Ditadura ou Golpe de 1964, ficou 21 anos no poder sendo que o 4 últimos foram dedicados ao processo de abertura política que culminou com eleições livres em 1985, sem necessidade de outro golpe ou revolução. Eu participei ativamente das Diretas Já e estava presente desde o primeiro comício realizado na praça do Estádio do Pacaembu, no dia 27 de novembro de 1983 na cidade de São Paulo.

    J. A. Dal Col

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  2. Boa crítica ao foquismo, mas sem considerar que o regime cubano é um revisionismo e sem enfrentar o drama de que mesmo Che foi um revisionista, tendo, como Ho Chi Minh, permanecido um indefinido, no meio do caminho entre marxismo e revisionismo.

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