sábado, 28 de dezembro de 2013

MORREM OS HOMENS, FICA A LUTA




Em 2012 esperaram o fim do mundo que não chegou.

Também em 2013, felizmente, essa profecia não se realizou, mas vigora a triste certeza de que, neste ano, muitas estrelas se apagaram: Reginaldo Rossi, Hugo Chávez, Nelson Mandela e tantos outros nomes cujos brilhos se perderiam pela curta e turbulenta existência humana na Terra não fosse, exatamente, a grandeza dos seus feitos.

Winnie Mandela, Nelson Mandela e Yossel Slovo no
Congresso Nacional Africano, onde o Partido Comunista
realizou seu primeiro encontro público no período Pós-
Apartheid. Cortaram essa parte na edição dos jornais
ocidentais.
Nas memórias de cada um que pôde apreciar de perto suas inesquecíveis obras ou mesmo nunca ficou tão próximo, mas nelas se inspira nas mais fundas emoções, ainda arde em brasa a lembrança dos sentimentos exaltados por aqueles que agora repousam em suas tumbas, sentimentos esses sabidamente orientados por alguns dos que agora lamentamos. Estes, com destacada ousadia, dedicação e sabedoria, fizeram dessa gigantesca carga emocional difundida pelas massas um formidável canal por onde correu a luz irradiante de seus corações, e então milhares e milhões de corações brilharam juntos onde antes só haviam intermináveis trevas, dissipando assim de suas casas as grandes sombras que insistem em obcurescer o mundo!
E esta aqui sequer foi filmada. Mandiba não foi só um
'bandido preto safado capacho de ditadores africanos'
(como talvez chamassem no Brasil) que peitou o regime
racista da África do Sul, crítica que já era batida
durante a guerra fria;
Imensas perdas o inevitável destino da morte deu à espécie humana neste ano que se encerra. Fossem artistas que ousaram trazer o respeito às mulheres e ao amor em ramos da arte que seguem em sentido contrário ou grandes mobilizadores que levaram grandes coletivos humanos a dar passos largos rumo à liberdade, todos nos deixam profundos vazios no peito com suas penosas despedidas. Isso não se restringe aos famosos.
ele era negro, 'terrorista', 'não sabia o lugar dele', tinha boas
amizades com comunistas e não só recebeu treino militar da
Líbia de Kadafi como ganhou dele mesmo apoio financeiro e
bélico para seguir com a guerrilha
, o que apertou bons laços
diplomáticos entre Lìbia e África do Sul e fazia a mídia que
hoje o exalta como santo tratá-lo na época como criminoso
hediondo psicopático da pior espécie, igualzinho o que
fazem agora com Bashar Al-Assad, Hezbollah, Putin,
governo ucraniano, Coreia do Norte e qualquer um que
conteste a autoridade suprema que os ianques dão a si
mesmos.
Cada pai de família ceivado num acidente de trabalho, cada jovem tragado pela indústria das drogas legalizadas ou não astuta nos seus novos planos de expansão, cada mãe caída sob os punhos do ex-companheiro... Todos presentes todo ano, todo mês, todo dia em velórios para chegar ao mais alto estágio de amadurecimento da vida. Todos, que merecem também suas homenagens, não podem e não serão esquecidos.

Mikhail Kalashnikov, veterano da Segunda Guerra
Mundial. Baleado, internou-se num hospital de
campanha e ouvindo atentamente os comentários dos
irmãos de armas sobre suas valiosas amigas de todas as
horas, Mikhail percebeu a importância de melhorar o
desempenho dos instrumentos que defenderiam seu
país, como disse ele mesmo, e criou a AK-47 mesmo sem
ter concluído o Ensino Médio, requisito fundamental
também para atingir altas patentes as altas patentes que
recebeu assim mesmo em reconhecimento à honra que
deu à nação soviética com seus engenhosos inventos.
Entretanto, mesmo nessa universal igualdade trágica, há grandes diferenças, justas dessa vez. Não é menos importante para o mundo um padeiro que um presidente, não vale mais a vida de cardeal que a de um menor abandonado, mas o que se faz em vida, os rastros deixados em vida para mudar de verdade este mundo, para melhor ou pior, é o que mais marca os corações de nós ficamos, e essas marcas, proporcionais às obras dos homens e mulheres, variam de pessoa para pessoa, deixando mais ou menos saudades, mais ou menos lamentos numa desigualdade de tratamento que se faz justa precisamente pela proporção da falta que a pessoa faz, e é com esse raciocínio que, sem esquecer dos pesares de tantos que partiram neste e em outros anos, este blog vem lamentar especialmente a partida de um homem russo, mas querido em cada canto de todo o planeta Terra: Mikhail Kalashnikov.

Mais que simples armas, tantas vezes transviadas para usos criminosos que o próprio repudiava, ele traçou em suas pranchetas verdadeiras chaves para a liberdade de nações inteiras, e para onde iam essas chaves luzes e estrondos explodiam no ar pulverizando as sombras  e celebrando a vitória da esperança!
Incontáveis são os países libertados por Kalashnikov e seus moldes de chaves fáceis de manusear e que nunca deixavam de abrir as fechaduras, por mais cobertas de lama, água ou poeira que estivessem. Indisíveis são os nomes de homens e mulheres iluminadores que tiveram em suas madeiras nobres e aço forjado um poderoso combustível para engrandecer suas chamas. Essa impossibilidade de contar tão felizes nacionalidades e tão grandes pessoas vem não de um inexistente esquecimento, já que estão todos bem lembrados nos corações de seus familiares, nos museus, memoriais, epitáfios coletivos, nos livros de história e no atual mapa-múndi, mas por estarem ainda num futuro revolucionário onde, certamente, será vitoriosa a luz sobre a sombra sempre mais e mais com a ajuda preciosa dos traços fortes de Kalashnikov!

Velório de Kalashnikov com as devidas homenagens de um militar russo falecido. Ao contrário do que alguns podem imaginar, o AK-47 não é um simples melhoramento do fuzil nazista STG-44. O pessoal de Mikhail apenas se apropriou do conceito da arma alemã, que era o primeiro fuzil de assalto do mundo, e fez uma cobertura que parecia com a deles por fora, tendo um mecanismo completamente diferente por dentro. Lembra até os povos europeus no calor daquela guerra: Idênticos, aos nossos olhos distantes, mas com essência completamente diferente uns dos outros. Ademais, esse não foi o único grande invento de Mikhail, que preferia ter inventado um aparador de grama, como disse certa vez. Os AK-74, -101 e a série AKS são apenas alguns de uma longa lista de armas influenciadas pelo design Kalashnikov. Tamanha foi sua contribuição para a Rússia e para o Mundo que Vladmir Putin mandou construir, com ele ainda em vida, o Museu Kalashnikov, onde estão guardadas não simples máquinas de matar, mas partes da história de nações inteiras. Confira aqui em inglês.

A carne viva que dava ânimo aos brilhantes seres aqui humildemente lembrados está voltando para a terra-mãe agora, mas a poeira não se acumula e em nenhum dia irá diminuir a incandenscência de tudo aquilo que os nossos honrados homenageados nos deixam. Seja nas periferias da Síria, nas selvas da Índia ou nas ruas do Brasil, esses e tantos outros nomes de vivos e mortos continuaram servindo de inspiração para todo aquele disposto a trazer a luz de um novo amanhã para todos! Morrem os homens, mas ficam suas obras na Terra para serem continuadas e engradecids por todos os outros. Já dizia o velho Comandante: "Não me importo nem um pouco de cair na batalha. O que importa é que um companheiro pegue minha arma e continue atirando."




Mas não chorem, meus amigos! Todos os lamentos trazidos aqui são feridas deixadas por dezembro que doem profundamente, sem apagar as lembranças um 2012 flamejante.
Neste ano velho, brilharam para o mundo inúmeras outras estrelas, novas, dispostas a defender a verdade e a justiça com uma coragem e um poder invejável para outros anos.
Da mesma forma que aconteceu com a morte de Hugo Chávez e de
Margareth Tatcher, bilhões de pessoas foram influênciadas por satélites e
antenas para amar o opressor e odiar o oprimido. De um lado, o amplo
suporte ao grampo generalizado, o arquivo indeletável de vidas inteiras, o
grande irmão sustentado por de urubus virtuais famintos de informações
sobre potenciais clientes/opositores (como os que vigiam nossas empresas
 e ativistas em nome da DEMO_K.K.K.ra_CIA); do outro, um mártir da luta
pela liberdade, verdadeiro herói que largou namorada, salário de 200 mil
dólares por ano e abrigo no havaí para virar fugitivo internacional
duramente perseguido por informar ao mundo os segredos de quem nos
rouba segredos, sem cobrar nenhum centavo por isso.
Como esquecer do mais novo herói da verdade de todo o mundo, Edward Snowden, traidor, sim, da corja de ditadores do mundo empenhados em fazer da nossa querida morada planetária uma grande prisão vigiada por inúmeros grampos e bases militares!
Ele é mais uma das claras provas vivas de que, mesmo nos recantos mais sombrios onde reina o crime da violação de direitos humanos, a luta pela dignidade e pelo respeito brota naturalmente do coração dos seres humanos e rende belos frutos como aquele mártir de rosto tão jovem.

2012 foi também ano da primavera brasileira, onde o povo, especialmente a classe média, redescobriu as ruas e percebeu a eficiência desse método, por exemplo, com a publicação do programa Mais Médicos e até a paralisia ou mesmo redução de tarifas de transporte público em várias capitais, o que é um evidente recuo do governo às pressões populares, mesmo que contornadas logo depois com mais e mais aberrações que só os nossos políticos conseguem fazer e ainda fazem, como também continuam encontrando resistência dessa primera em pleno verão que já se inicia.

"A guerrilha do Curdistão tem olhos argentinos, porque olha com os olhos
de Che." Conheça-os mais um pouco aqui, em espanhol.
Fora de nossas fronteiras, temos a heróica resistência do povo Sírio à campanha promovida pelo ocidente junto com a feudal Arábia Sáudita e os fantoches do fundamentalismo islâmico. O apoio da Rússia e, provavelmente, do Irã tem sido inestimáveis para a defesa do povo a mais esse ataque imperialista, mas a competência dos homens de Assad combinada com a valiosa ajuda dada pelo Hezbollah tornam o sonho da vitória cada vez mais próximo a cada mercenário canibal baleado pelo sonho de liberdade dos povos árabes.

E não é só! Ainda corre a Guerra Popular no Peru, na Turquia, no Butão, nas Filipinas e nos vilarejos da Índia abalando o domínio de suas elites numa prolongada batalha de pequenos vilarejos contra cidades que vai minando crescentemente a força reacionária até ser devidamente cercada e liquidada de seus tronos!

 Em 2014, acreditamos nós com a certeza do desenrolar da luta dos povos pelo mundo, teremos um ano tão agitado quanto ou até mais que estes curtos dozes meses que passamos. A rua nos chama cada dia mais alto, os senhores do mundo se apavoram, uma nova consciência ganha o mundo... E a Organização dos Guardas Vermelhos vem surgindo no horizonte para atender aos anseios da massa pela Revolução que fará do nosso querido Brasil um grande exemplo de justiça social e sucesso econômico para toda a América Latina!

ELEIÇÃO É FARSA! VIVA A REVOLUÇÃO!
TODO PODER À OGV!
POR UMA NOVA HISTÓRIA PARA O BRASIL E O MUNDO!
QUE EM 2014 OS MORTOS SEJAM VINGADOS E OS VIVOS SIGAM  FIRMES NA LONGA MARCHA ATÉ A VITÓRIA COMUNISTA, SEMPRE!